quinta-feira, julho 29, 2010

Polêmicas

Coluna do Hyder - Fabio "Hyder" Azevedo

Polêmicas

Inicialmente gostaria de agradecer as manifestações de carinho pelo meu aniversário. Muito obrigado mesmo. Mas estamos de volta após mais um final de semana sem plantões extras e uma curtição de um excelente final de semana.

Fiquei pensando desde o domingo passado sobre o conteúdo desta coluna. Confesso que achei embaraçoso o que a Ferrari promoveu. Eu, como torcedor ferrarista, me senti constrangido com aquele papelão sem tamanho que aconteceu na Alemanha. Jogo de equipe existe no automobilismo e até alguns puritanos podem dizer que na antiga Cart ou na Indy Car não existe. Evidente que ocorre, com algumas ressalvas.

Certa vez, não me lembro exatamente onde, Hélio Castro Neves e Gil de Ferran estavam duelando pela vitória. Estava divertido para o público, contudo creio que deve ter sido altamente tenso ver seus dois pilotos se arriscando ao ponto de prejudicar os interesses da Penske no campeonato. Roger chamou os dois no rádio e foi claro. “Tragam os meninos (carros) em segurança para casa!” bem diferente de promover uma troca de posições como a McLaren e outras equipes da Fórmula 1 já fizeram. Mas a Ferrari escancarou.

Até mesmo o Chip Ganassi nos áureos tempos de Cart nunca precisou desse artifício para favorecer Alessandro Zanardi ou mesmo Juan Montoya contra o Jimmy Vasser. A Red Bull tem dado este exemplo, pois está administrando duas bombas-relógio (Vettel e Weber) e assim o campeonato se mantêm altamente interessante aos patrocinadores e fãs.

Talvez isso tudo venha de encontro com a minha coluna anterior, onde tratei de interesses comerciais e políticos. Eles existem em qualquer organização, mas o ambiente da Indy Car tem defendido, nos últimos anos, uma idéia de competição e diversão ao público, principal foco de qualquer ação publicitária, quem no fim paga as contas deste esporte que tanto amamos.

Sobre Edmonton, achei que foi desnecessária a ação dos fiscais, não por ser o Hélio e a Penske, mas porque houve um excesso de rigor já que a defesa foi simples e não houve, uma tentativa do piloto do carro 3 da Penske a intenção de prejudicar o concorrente. Vemos tantas coisas absurdas ocorrerem nas corridas e os fiscais ficam pasmos sem fazer nada. Enfim, achei que foi muito caldo para nada, como se diz.

Outra coisa é que acho que esta nova administração deveria focar seus eventos em lugares mais interessantes. Nada contra a pista de Edmonton, porém lembrar que pistas como Cleveland, Road America, Miami (não a sonolenta Homestead) estão fora do calendário é algo que não dá para entender. E está na hora de planejarem uma prova nas ruas de Nova York. Já pensaram no impacto que a Indy causaria se fizesse um evento num local que é o sonho do Bernie Ecclestone? Seria fantástico para a categoria.

Um grande abraço e fiquem com Deus.

quarta-feira, julho 28, 2010

Lista de bênçãos

QUARTA-FEIRA, 28 DE JULHO DE 2010
         
           Leia Lamentações 3.19-26 *
Quero trazer à memória o que me pode dar esperança. As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã. Lamentações 3.21-23
Suspirei ao abrir um pequeno caderno onde registro pedidos de oração. Muitas pessoas queridas enfrentavam problemas financeiros, familiares ou de saúde aparentemente insolúveis. O noticiário do dia trazia mais tragédias em todo o mundo - tantas coisas por que orar! As lágrimas começaram a encher meus olhos. Então passei à última página de meu caderno. Há vários anos, iniciei uma "lista de bênçãos"; as vezes em que experimentei a ajuda e a presença de Deus de um modo especial. Minha lista incluía a profissão de fé de alguém, cura, provisão financeira e cônjuges cristãos para meus filhos. Ao reler essa lista, lembrei que houve um tempo em que eu não tinha certeza de como nem se Deus responderia às minhas orações. Mas, à medida que as respostas vinham, percebi Seu amor e Sua sabedoria.
As lágrimas que às vezes acompanham minhas orações me ajudam a compreender o livro de Lamentações. Escrito aproximadamente seis séculos antes do nascimento de Cristo, durante os últimos dias sombrios de Judá, depois de cair para a Babilônia, o livro está cheio de censura e desespero. Mas nele há entremeada uma lista de bênçãos. Quando se sentia derrotado, o escritor parava para trazer à mente a fidelidade passada de Deus e declarava, com renovada confiança: "Grande é a tua fidelidade". O livro de Lamentações me lembra que as respostas podem não vir imediatamente, mas nosso Deus fiel vê as vidas que continuam a depositar sua esperança em nosso Criador.
: Senhor amado, ajuda-nos a ver a Tua luz na escuridão das circunstâncias difíceis. Em nome de Jesus. Amém.
            :
Deus está agindo em nossas circunstâncias impossíveis.
 pelas pessoas que estão à espera de uma resposta de Deus.
         JEANNE ZORNES (WASHINGTON, EUA)
               MEDITE: EZEQUIEL 21
                     
* Lamentações 3.19-26
19 - Lembra-te da minha aflição e do meu pranto, do absinto e do veneno.

20 - Minha alma, continuamente, os recorda e se abate dentro de mim.

21 - Quero trazer à memória o que me pode dar esperança.

22 - As misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim;

23 - renovam-se cada manhã. Grande é a tua fidelidade.

24 - A minha porção é o SENHOR, diz a minha alma; portanto, esperarei nele.

25 - Bom é o SENHOR para os que esperam por ele, para a alma que o busca.

26 - Bom é aguardar a salvação do SENHOR, e isso, em silêncio.

segunda-feira, julho 26, 2010

Estratégia Ferrarista para o GP da Alemanha 2010

Com a devida licença do criador (Bruno Mantovani)

A estratégia da Ferrari em 2010 na Alemanha... e talvez em outras provas...

Coluna do Hyder - Fabio "Hyder" Azevedo

Detalhes

Estamos no meio do ano e a Indy Car chega a terras canadenses. A primeira etapa ocorreu em Toronto. Uma cidade belíssima onde temos uma pista temporária, preparada há mais de 25 anos, para receber a intrépida trupe da atual Indy Car Series e antigamente a finada Champ Car World Series. Enquanto escrevo esta coluna, existe um lindo Labrador assistindo o GP da Inglaterra de F1 ao meu lado num lugar maravilhoso cercado de pessoas muito especiais. Domingão de folga, final da Copa do Mundo, sem eventos oficiais.

Falam-se muito de conquistas tecnológicas da F1 para o mundo das competições, detalhes que provocam ganhos de desempenho micro ou mini. Mas esse é o trabalho que deve ser focado. Nos detalhes. Mas muitos destes detalhes já são de cunho normal nas corridas da América. Nem tanto o defletor duplo que Ross Brawn e seu time utilizaram na conquista do certame da F1 em 2009. Um elemento simples na história automobilística ocorreu em Indianapolis, a meca do automobilismo foi a introdução dos espelhos retrovisores. Antes desta simples, mas fantástica invenção, todos os carros carregavam um mecânico para orientar o piloto.

Mas o que a F1 não consegue fazer funcionar é a adição de um conceito simples em corridas: ultrapassagens. O que vemos é uma procissão sem nenhum objetivo, salvo um ou outro lampejo de determinado piloto ou pista. Ao contrário, na Indy Car, isso é algo costumeiro já que os carros são iguais e o foco está no espetáculo. Lembro de etapas como as saudosas Michigan e Fontana onde os carros faziam uma tripla linha de alinhamento para poder ultrapassar. E isso durante três horas de prova. Atualmente temos uma disputa muito interessante entre equipes como Penske, Ganassi e Andretti, entretanto sempre existem algumas boas surpresas. Isso não ocorre na F1 onde a Red Bull (sem essa de RBR) domina com um carro quase conceito, de soluções simples, porém altamente eficazes.

A Indy pode não ter o glamour que a categoria do Velho Mundo possui, mas existe algo muito mais interessante que é o fator diversão. Quem assiste uma corrida da Indy tem a certeza que terá emoção, ultrapassagem e, com certeza, muito menos frescuras que vemos atualmente com a turma de Fernando Alonso e Cia. Além do que na América as equipes e os pilotos são bem mais acessíveis que o que vemos na Europa, onde o segredo industrial, a política e os interesses comerciais e financeiros são alguns dos fatores que transcendem o esporte.

Um grande abraço e fiquem com Deus.

terça-feira, julho 13, 2010

Confiança

"Ainda que um exército se acampe contra mim, o meu coração
não temerá; ainda que a guerra se levante contra mim,
conservarei a minha confiança" (Salmos 27:3).

Aqueles que confiam no Senhor caminham em paz e vivem
plenamente felizes. Eles sabem que podem contar com Deus em
qualquer situação.

Paulo Barbosa

quinta-feira, julho 08, 2010

Bola pra frente...


Perdemos... e daí ?
O Brasil foi eliminado da Copa Fifa 2010 depois de uma derrota sofrida para a seleção holandesa. Um primeiro tempo magnífico e uma segunda etapa... sofrível. Perder faz parte do jogo mas é algo que ainda não aprendemos. São três resultados possíveis num jogo de futebol... Vitória, empate ou derrota. Mas a vida segue e ninguém morreu por causa disso. Somos muito emocionais durante uma copa do mundo. Durante 4 anos temos problemas, soluções, necessidades porém durante a Copa do mundo de futebol, somos extremamente nacionalistas, decoramos o Hino Nacional, colocamos roupas em verde e amarelo, compramos bandeiras... enfim... mas caso uma derrota ocorra deixamos tudo de lado e voltamos ao posicionamento frio em relação ao nosso país, aos nossos símbolos nacionais. E é isso que não pode ocorrer.
Todos os canais de imprensa vão a caça do treinador Dunga por ele ter blindado a seleção contra o “oba-oba” que ocorreu em 2006. Deve-se muito ao trabalho do gaúcho e brasileiro Dunga pois ele devolveu aos jogadores brasileiros o orgulho de vestir o manto sagrado nacional e ter a raça e gana de ganhar, de lutar sem nunca desistir.  Conquistamos dois títulos internacionais como a Copa América e a Copa das Confederações, em uma final inesquecível contra o time estadunidense. Barrou, com coragem, os “medalhões” como os dois Ronaldos, Roberto Carlos – tão criticado pela imprensa paulista em 2006 e esta mesma imprensa não se cansou de pedir sua convocação... seria este por jogar no Corinthians? - entre tantos assim como as novidades efêmeras como Pato, Ganso, Neymar.
Agora que nossa seleção encerrou – prematuramente – espero que a imprensa não seja revanchista. Não mostre dona de o quarto poder... Eles, os jornalistas têm a palavra e podem fazer o que quiser com ela, de forma responsável ou não. Deixem nosso eterno capitão do tetra em paz. A vida segue e outros campeonatos serão disputados. Que o novo treinador que estiver a frente de nossa seleção nacional mantenha este espírito de guerreiros, lutadores e não de descansados e descompromissados como vimos em outras oportunidades. Viva o Brasil, Viva a nossa seleção... Amar na vitória é uma coisa simples e muito fácil mas neste momento de dor é que temos de estar ali para recebê-los. Perdemos sim, mas lutamos e é isso que queríamos ver !!! Claro que todos querem ganhar mas nem sempre é possível. Mas a luta e a entrega devem ser constantes.
Acabo de escrever este texto e a seleção argentina foi massacrada pelos alemães numa vitória incontestável por 4 a 0. Recebemos em silencio as provocações de nossos estimados vizinhos mas eles deverão dormir neste sábado com a cabeça bem dolorida... Isso é o verdadeiro futebol, a brincadeira e a gozação devem fazer parte. Este clima de guerra que muitas vezes é criado não deve existir.
Um grande abraço e fiquem com Deus

quinta-feira, julho 01, 2010

Juk Kfouri - Uma anta, com respeito aos animais...

Recebi este texto via Internet e resolvi publicá-lo. É longo mas vale a pena. Fiquem com Deus.

 

Neo-Ateísmo, Um Delírio - Neo-ateísmo na imprensa esportiva: a fúria de Juca Kfouri

P.S.: Eu não sou evangélico, não tenho procuração para defender os evangélicos e discordo de algumas atitudes de algumas igrejas evangélicas. Mas defendo o direito dos evangélicos se expressarem.
José Carlos

Recentemente, a Associação Dinamarquesa de Futebol divulgou seus protestos com o fato de jogadores da seleção brasileira terem comemorado um título na África do Sul utilizando-se de manifestações religiosas. Segue a citação abaixo, retirada de uma notícia da Agência Estado, publicada em Julho deste ano:

“A religião não tem lugar no futebol”, afirmou Jim Stjerne Hansen, diretor da Associação Dinamarquesa. Para ele, a oração promovida pelos brasileiros em campo foi “exagerada”. “Misturar religião e esporte daquela maneira foi quase criar um evento religioso em si. Da mesma forma que não podemos deixar a política entrar no futebol, a religião também precisa ficar fora”, disse o dirigente ao jornal Politiken, da Dinamarca. À Agência Estado, a entidade confirmou que espera que a Fifa tome “providências” e que busca apoio de outras associações.

Notícia que não me surpreende, diga-se, de passagem, pois a Dinamarca é um país conhecido por sua alta taxa de ateísmo. Talvez tenha uma grande porcentagem de neo-ateus também. Só isso explica a atitude de Jim Stjerne Hansen.

E não é que eu estava certo em ter citado a menina Regan (imagem acima) como influência para essa nova variação de neo-ateísmo? Essa variação se baseia em demonstrar ojeriza aos símbolos religiosos. Quem assistiu o filme O Exorcista (ótimo filme, por sinal) deve se lembrar de como a menina se contorcia na cama quando o padre Merrin jogava água benta em cima dela. O comportamento de Jim Stjerne Hansen me lembra a garota do filme.

A comparação de religião com política também foi infeliz ao extremo. A política pode até influenciar a eleição de dirigentes que vão comandar a vida de todas as pessoas em uma nação. Na religião, não há isso, pois a prática religiosa é opcional. Dessa forma, o argumento de que “se a Política não entra no futebol, a Religião também não pode” perde todo o valor.

E Juca Kfouri perdeu uma oportunidade de ficar calado e saiu pregando o seu neo-ateísmo ao endossar o Jim Stjerne Hansen.

Em seu texto “Deixem Jesus em paz”, publicado também em Julho deste ano, ele só faltou gritar “tirem esses crucifixos daqui”. Será que ele também estrebucharia se jogassem água benta nele? Não duvido.

Nesse texto, Kfouri começa a ladainha:

Está ficando a cada dia mais insuportável o proselitismo religioso que invadiu o futebol brasileiro.

Pois é, a menina Regan talvez diria isso também. Detalhe que eu sou teísta, católico, e se eu vir o símbolo dos ateus (aquela correntinha com a palavra “A”) não me incomodarei nem um pouco. Se eu vir o símbolo judaico, isso não me incomoda nenhum pouco. Estranho que qualquer manifestação religiosa incomode tanto o Juca Kfouri (friso a palavra dele: “insuportável”).

A seguir, ele tenta contar historinhas da infância dele:

MEU PAI, na primeira vez em que me ouviu dizer que eu era ateu, me disse para mudar o discurso e dizer que eu era agnóstico: “Você não tem cultura para se dizer ateu”, sentenciou.

Pelo que será mostrado aqui, Juca Kfouri não tem cultura para ser ateu (pois, como neo-ateu, é um péssimo representante do ateísmo) ou teísta.

Ele prossegue:

De fato, o velho tinha razão, motivo pelo qual, ele mesmo, incomparavelmente mais culto, se dissesse agnóstico, embora fosse ateu.

Erro grosseiro! Agnosticismo e ateísmo não são mutuamente auto excludentes. Eu mesmo sou agnóstico e teísta. Por causa do meu agnosticismo, eu não posso tentar impor a ninguém que acredite em Deus. Logo, eu uso a filosofia do “você acredita? ok. não acredita? ok também”. Mesmo assim, eu acredito em Deus, o que me torna um teísta. Logo, Kfouri afirmar “se dissesse agnostico, embora fosse ateu” demonstra que ele não conhece nem as definições de ateísmo e nem de agnosticismo. Agnosticismo fala apenas em relação à possibilidade ou não do conhecimento absoluto, e assume que não é possível obter esse conhecimento. Já o ateu é apenas alguém que não acredita em Deus ou deuses. Achar que alguém deve optar entre agnosticismo e ateísmo é no mínimo falta de cultura.

Falta de cultura que também fica evidente abaixo:

E negar o papel de resistência e de vanguarda de setores religiosos durante a ditadura brasileira equivaleria a um crime de falso testemunho, o que me levou, à época, a andar próximo da Igreja, sem deixar de fazer pequenas provocações, com todo respeito. Respeito que preservo, apesar de, e com o perdão por tamanha digressão, me pareça pecado usar o nome em vão de quem nada tem a ver com futebol, coisa que, se bem me lembro de minhas aulas de catecismo, está no segundo mandamento das leis de Deus. E como o santo nome anda sendo usado em vão por jogadores da seleção brasileira, de Kaká ao capitão Lúcio, passando por pretendentes a ela, como o goleiro Fábio, do Cruzeiro, e chegando aos apenas chatos, como Roberto Brum.

É fato: Juca Kfouri não sabe o que significa a expressão “usar o nome de Deus em vão”. Lição de graça para ele: Usar o nome de Deus em vão é quando se invoca a Deus sem razão, ou quando se usa o nome dele em coisas vãs. Exemplo seriam discussões, brincadeiras, e promessas que não se pretende cumprir. Mas, caso qualquer um dos atletas realmente acredite em Deus piamente, e idolatrem a Jesus, eles não são passíveis da acusação de “usar o nome de Deus em vão”. E como Juca Kfouri citou as aulas de catecismo dele, das duas uma: ou o(a) professor(a) não o ensinou direito, ou então o ensinamento foi válido, mas ele que não aprendeu.

Abaixo ele tenta regulamentar comportamentos:

Ninguém, rigorosamente ninguém, mesmo que seja evangélico, protestante, católico, muçulmano, judeu, budista ou o que for, deveria fazer merchan religioso em jogos de futebol nem usar camisetas de propaganda demagógicas e até em inglês, além de repetir ameaças sobre o fogo eterno e baboseiras semelhantes, como as da enlouquecida pastora casada com Kaká, uma mocinha fanática, fundamentalista ou esperta demais para tentar nos convencer que foi Deus quem pôs dinheiro no Real Madrid para contratar seu jovem marido em plena crise mundial. Ora, há limites para tudo.

Talvez Juca Kfouri se esquece de que vestiu a camisa das Diretas Já quando participou dessa campanha. É, Juca Kfouri, isso se chama vestir a camisa de algo em que se acredita. Surpreendentemente, o jornalista deveria ser capaz de entender esse tipo de atitude, pois ele já a praticou (mesmo que não fosse por motivos religiosos).

Além do mais, a expressão “merchan religioso” é no mínimo falsa. “Merchan” ocorreria se os jogadores estivessem recebendo dinheiro para isso, mas isso nem sempre é o caso.

O mais engraçado é ver Kfouri perder as estribeiras, e partir para ofensas à mulher de Kaká. Termo usado pelo jornalista: “enlouquecida pastora”. Mas quem disse para o Kfouri que ele tem moral ou capacidade para julgar o comportamento da esposa do Kaká? Quem disse para o Kfouri que ele tem o mínimo talento para entender a metáfora por trás da declaração da esposa de Kaká ao falar que Deus pôs dinheiro no Real Madrid em tempos de crise? Em resumo, no momento em que Juca Kfouri perdeu a sua classe (por ofender a esposa de Kaká) foi onde ele cometeu os erros mais primários.

Daí para frente é só baixaria, como por exemplo:

É um tal de jogador comemorar gol olhando e apontando para o céu como se tivesse alguém lá em cima responsável pela façanha, um despropósito, por exemplo, com os goleiros evangélicos, que deveriam olhar também para o alto e fazer um gesto obsceno a cada gol que levassem de seus irmãos…

Se ele tivesse o mínimo entendimento a respeito do que significa religião e a fé, saberia que quando um jogador comemora um gol apontando para o céu, ele não está querendo dizer que Deus fez o gol para ele. Na verdade, o religioso apenas relembra de seu alinhamento com Deus, e visualiza isso como a sua fé naquele ato. Não ter percebido isso foi um erro patético de Kfouri.

Para piorar, ele diz que os goleiros evangélicos deveriam olhar também para o alto e fazer um gesto obsceno a cada gol que levassem. Bobagem. Religiosos não agiriam assim. Mas seria compreensível que um goleiro apontasse para os céus quando fizesse uma grande defesa. Dica ao Juca: aprenda a fazer analogias.

E ele chega até a encarnar Mao Tse Tung:

Que cada um faça o que bem entender de suas crenças nos locais apropriados para tal, mas não queiram impingi-las nossas goelas abaixo, porque fazê-lo é uma invasão inadmissível e irritante.

Na China, a coisa começou assim. O governo proibia a manifestação pública de religião, depois dizia que as manifestações só podiam ocorrer dentro das residências, escondidos dos olhos dos ateus chineses (maioria da população). Hoje em dia, cristãos são mortos pelo governo ateu chinês, pelo simples fato de rezarem.

E sempre com a desculpinha de que “religião tem que ser praticada em lugares específicos”. Aliás, que comportamento carrancudo, hein Kfouri? Parece aquelas velhas beatas que se incomodam quando um casal se beija em público. A única diferença é que Juca odeia a religião…

No final, depois de tanta besteira escrita por Juca, só lhe resta o desabafo:

Não mesmo é à toa que Deus prefere os ateus…

Aqui Juca encarna o pessoal das torcidas organizadas. Sabe como são? Aquele tipo de pessoa inculta, que não fala coisa com coisa, mas sai gritando frases nonsense. Algo como “Deus preferi nóis, ô manu…”. Pura molecagem.

Poucos dias depois, Kfouri escreveu um novo texto, entitulado “Jesus é uma farsa!”. Segundo ele:

Como reagiriam aqueles que defendem o merchan religioso nos gramados se alguém vestisse a camiseta acima?

Se reagissem negativamente, seria no mínimo justo, pois uma camisa escrita “Jesus é meu pastor” é uma manifestação do que é valor para o religioso. Já a frase “Jesus é uma farsa!” é um ataque ao valor do outro. É isso que diferencia uma camisa com a mensagem “Eu amo a Mariana” de uma na qual está escrita “Mariana é uma cadela”. [N.E. - O texto Ateus e o Eterno olhar de pidão do lado de fora aborda isso em mais detalhes]

Agora, já que Juca Kfouri se incomoda tanto com os símbolos e manifestações religiosas, que tal ele sugerir uma manifestação para os jogadores neo-ateus?

Uma sugestão é colocarem uma miniatura dessa boneca da Regan (a foto deste artigo) em uma correntinha. Outra é vestir camisas do Drácula e da Regan, que, notoriamente, fogem de crucifixos.

Mas a melhor sugestão é que Juca Kfouri procure ajuda psicológica. Pois se ele não consegue “suportar” os símbolos religiosos, é sinal de que talvez ele tenha algum trauma a ser resolvido. Até porque nenhum símbolo religioso foi feito para ofender a quem quer que seja. Quem sabe assim ele não aprende o valor de coisas como liberdade de expressão.

Eu mesmo, já viajei para projetos no exterior, com culturas diferentes, e com símbolos religiosos muito diferentes dos meus. E não me incomodaram nem um pouco. E os projetos sempre foram um sucesso. Pois é, as coisas ficam mais fáceis quando se consegue conviver em um mundo multicultural.

P.S.: Eu não sou evangélico, não tenho procuração para defender os evangélicos e discordo de algumas atitudes de algumas igrejas evangélicas. Mas defendo o direito dos evangélicos se expressarem.