quinta-feira, junho 24, 2010

Coluna Champcar Brasil

Promessas de mudanças

Outra vez minha excessiva carga de trabalho me faz atrasar a entrega da coluna. As últimas semanas têm sido intensas, com inúmeros projetos a concluir e muita correria. Sinceramente sou um viciado no meu trabalho. Entretanto, quando se chega a uma jornada de 17 horas por turno, é necessário dar uma freada, mesmo que esta demore a ser acionada.

As 500 milhas de Indianápolis ficaram em boas mãos. Mesmo não tendo uma vitória de um piloto da Penske, o time demonstrou sua força, estando bem contada para o restante da temporada. Agora, com o começo do verão nos Estados Unidos, teremos uma sequencia de provas, a partir de Toronto, que somente vão ter término no GP do Kentucky, em 04 de setembro.

Não acredito que as equipes usarão sua restrita verba no desenvolvimento dos defasados chassis atuais. Ainda mais que em 2012 teremos uma mudança radical no regulamento, com a introdução de novo carro e motor (turbo com até seis cilindros, 2,4 litros, devendo produzir entre 550 e 700 cv). Uma excepcional notícia para os apaixonados por corrida, pois certamente teremos melhorias estéticas nos carros, transformando os atuais tanques de guerra, em autênticas obras de arte.

Vejo um futuro promissor para a categoria por conta dessa administração de Randy Bernard mesmo com uma herança maldita deixada pelo Tony George. A nova estratégia gerencial que essa diretoria está executando busca resultados de médio prazo (em torno de cinco anos). Por enquanto a grande maioria das decisões se mostrou acertada.

Minha grande preocupação gira em torno da retomada do processo de internacionalização do campeonato, muito prejudicado pela divisão da Indy em 1996. Da primeira vez que isso ocorreu a Cart (gestora da Indy na época) era financeiramente forte e possuía um grande prestígio com os patrocinadores, mídia e público. Mesmo assim essas mudanças prejudicaram a Cart, desencadeando a ruína lenta e dolorosa de um patrimônio construído em 29 anos, que chegou a concorrer seriamente com a badalada Fórmula 1 no mercado mundial no começo dos anos 1990.

Essas mudanças serão muito importantes, mas não significam que farão com que a Indy cresça absurdamente. No momento não há dinheiro sobrando para ações deste tipo no mercado norte-americano, principal financiador da categoria. Temos o exemplo da Champ Car. Na tentativa de utilização do Panoz DP01, um carro do ponto de vista técnico fantástico, mas sem dinheiro para investimentos, a categoria caminhou em passos largos para a falência.

Torço que tudo dê certo, afastando de vez os boatos sobre a compra da categoria pela família France, que comanda a Nascar. A ALMS, famoso campeonato de protótipos local, divulgou seu novo regulamento técnico-desportivo para 2011, diga-se, muito bem recebido pelo público e mídia especializada, prometendo oxigenar o atualmente esvaziado torneio.

A expectativa é o mesmo acontecer, só que em proporções maiores, na Indy já que é vital que equipes tradicionais como Penske e Ganassi quando guiarem em Indianápolis, Long Beach entre outras pistas, estejam utilizando carros belos e modernos, diferentemente do cenário atual.

Um grande abraço e fiquem com Deus.

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