quarta-feira, agosto 25, 2010

Coluna ChampCar Brasil

Coluna do Hyder - Fabio "Hyder" Azevedo
Primavera motorizada

Depois das trapalhadas em Edmonton e da morna prova de Mid-Ohio, nossa tradicional (e atrasada) coluna está de volta. Como todos aqui conhecem, há anos, o meu fascínio pela equipe Penske. Logo, ver a equipe triunfando depois de um breve intervalo me deixa tremendamente feliz. Mas acredito que este final de campeonato será muito disputado uma vez que o nosso principal oponente, Dario Franchitti, tem uma condução em oval muito mais ajustada que o do líder Will Power. Restam cinco etapas para o final da temporada e quatro delas serão em pistas "redondas" como diriam o saudoso Tércio de Lima e Marco Antônio nos saudosos anos 1980. Acredito que sob pressão a estratégia da Penske funciona melhor que o da Ganassi. Entretanto, não podemos esquecer que a turma do "Tio Bolacha" é um tanto quanto talentosa e esperta. Sempre um inimigo perigoso.

Este ano, marca o fim de um paradigma. Depois de anos, a Indy resolveu atualizar o pacote aerodinâmico e também a motorização dos carros. Continuam Dallara e Honda, respectivamente. A diferença é que as equipes terão dois kits aerodinâmicos adicionais, de outros fabricantes concorrentes da Dallara na licitação promovida pela, até aqui, brilhante nova gestão da Indy Car. E os motores voltam a ser o que todos os fãs de automobilismo amam. Serão turbinados, movidos com combustível brasileiro, limpo e ecológico. Será fantástico ouvir o doce barulho das bobinas turbinadas serem acionadas ou reduzidas. Isso me lembra os anos brilhantes da saudosa Cart, onde tínhamos diversos fabricantes de motores e construtores de chassis. Era certo que os carros eram lindos, chamavam a atenção não somente por seu estilo, mas pela versatilidade para as diversas opções de pista que a categoria oferecia.

Não acredito que as equipes investirão fortunas nestes modelos atuais já que em breve serão aposentados. Imagino que os testes serão permitidos em algumas sessões privadas, pois cada equipe, com seu conjunto aerodinâmico próprio, estarão escolhendo a melhor configuração e estratégia para cada pista. Sempre fui a favor dos testes, pois não eles que mais oneram os times. Claro que devemos ter moderação. Contudo, se seguirmos a idéia dos anos 1990, quando cada carro tinha 90 horas/ano de testes seria o ideal. Estes testes coletivos são interessantes para categoria como para os patrocinadores. Tecnicamente não agrega muito, pois as estratégias e acertos básicos não serão exibidos numa sessão coletiva que serve apenas para agradar os financiadores.

A Cart tinha os Testes da Primavera, uma grande ação mercadológica, que se apresentavam oficialmente as equipes, pilotos e patrocinadores para nova temporada. A grande maioria aparecia no insosso Homestead Miami Speedway. Algumas simulações, focadas em correr no tráfego, visando à preparação para a etapa inicial, nessa mesma pista, algumas semanas depois. Fora isso, nada de segredos industriais que cada equipe possuía.

Dois entre os membros do Conselho Esportivo da IRL, Gil de Ferran e Tony Purnell, são caras que conhecem bem do riscado. São engenheiros por formação e entendem de gestão esportiva como poucos. Acredito num excelente ambiente de desenvolvimento a partir de 2012. Claro que dinheiro ainda é um sério problema na Indy, por isso ainda somos obrigados e vermos condutores do nível da Milka Duno e similares na pista. Por enquanto, a realidade é de polpudos cheques ocupando vagas em equipes sedentas por combustível financeiro para sobreviver à crise. Quem sabe isso finalmente mude um futuro próximo.

Um grande abraço e fiquem com Deus.

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