quinta-feira, novembro 09, 2006

Il leone, The Lion... ou simplesmente O Leão!

Olá pessoal, acho que antes de tudo, o respeito individual e entre o grupo, devem ser mantidos e sempre exaltados por pessoas que convivem e queiram conviver bem socialmente. Escrevo isso, pois muitas vezes percebemos discordâncias, que são naturais num mundo competitivo e que até nos ajudam a melhorar e mais a cada dia. Mas existem certas atitudes que realmente me deixam meio irritado, mas consigo ficar quieto em minha opinião. Mesmo que a irracionalidade tome conta de outras pessoas. Escrever sobre o Greg foi muito difícil e digo que já li e reli esta coluna diversas vezes. Assistindo alguns vídeos sobre o passado da Cart pude ver como era a transmissão da TV canadense. Era incrível como a narração para o Greg era mais vibrante do que para o Jacques Villeneuve ou Paul Tracy – conterrâneos com muito mais tradição no automobilismo do que ele.

Falando em tradição e história e na tradicional história da Cart – hoje em dia conhecida como Champ Car – não poderia deixar de falar de mais uma grande lenda que, mesmo rapidamente, conquistaram todos. Em 1992, mais precisamente em setembro, no autódromo de Monza, il Leone Nigel Mansell assombrou o mundo anunciando que deixaria o circo da F-1 e estaria migrando para o emergente campeonato da PPG Indy Car World Series. Tenho certeza que todos os participantes daquela coletiva não acreditavam no que ouviam. Jim McGee, que estava lá, anonimamente, representando o time de Lincolnshire sorria como uma criança quando ganha aquele desejado brinquedo. Até Bernie Ecclestone tentou dissuadi-lo da decisão, mas não houve jeito. Mansell na Cart já era algo real. A adaptação dele na categoria, no time e no ambiente foi muito rápida e simples como a categoria. Emerson Fittipaldi, que seria seu grande rival durante aquela temporada, tratou de apresentar a todos o campeão mundial de Fórmula 1. A chegada do Leão impactou a Cart no mundo inteiro e Paul Newman sabia que tinha acertado na aposta pois estava perdendo Michael Andretti para a McLaren e a categoria européia estava levando um revés que não esperava. Que campeonato foi aquele. A Rede Manchete assumiu as transmissões com Téo José, Dedê Gomes e Luiz Carlos Azenha (o primeiro comentarista foi o Edgard de Mello Filho – graças a Deus foi só uma corrida).

Tudo era novo e a atmosfera era maravilhosa. A categoria realmente crescia muito e fora dos Estados Unidos.Vencendo logo na estréia e com uma disputa apertada com Emerson Fittipaldi, Paul Tracy, Arie Luyendyk, Mario Andretti e Raul Boesel correndo por fora. A chegada de Mansell na Newman Haas também marcou o fim de uma era na equipe, pois Mario Andretti havia imposto uma cláusula que somente parentes seus poderiam correr lá enquanto ele fosse piloto. Carl Haas era uma felicidade só enquanto Roger Penske tentava dar um troco ainda maior trazendo outro ainda maior. Ayrton Senna era freqüentemente cortejado para um terceiro carro. Posso ter certeza de uma coisa. Se Ayrton aceitasse, 1994 seria uma temporada dos sonhos. Mansell não teve vida fácil, mas conseguiu um grande triunfo, pois conseguiu ser campeão seguidamente nas duas maiores categorias do automobilismo mais importantes do planeta. Faltou a vitória em Indianápolis, mas a falta de experiência em ovais, relargadas em movimentos, mas, antes de tudo, a grande estratégia e talento de Emerson e da Marlboro Team Penske.

O que mais assustou Mansell foi o forte acidente em Phoenix pois o susto foi grande mas, graças a Deus, não ocorreram maiores problemas. Mansell sempre foi muito sincero e honesto em suas atitudes e não esqueço de dois comentários seus: Que Jim McGee era o mais competente chefe de equipe que já teve na vida e que quando ele pensava em automobilismo de verdade, ele lembrava de seus anos na Indy, hoje Champ Car.A temporada seguinte foi muito apagada para todos na Cart e não foi diferente para Nigel Mansell e a Newman Haas, pois os motores Ilmor e o revolucionário chassi Penske PC23 dominaram a categoria de forma absurda. Fora que em Indianápolis a equipe estreou o potente e vigoroso motor Mercedes Benz. Realmente a concorrência era entre os três pilotos da Penske, Al Unser Jr, Emerson Fittipaldi e Paul Tracy. Fora que Mansell ainda correu em quatro GPs pela equipe Williams. Na França foi ao meio da temporada da Cart, mas houve liberação. A categoria e a equipe estavam frágeis demais devido ao terrível acidente que vitimou Ayrton Senna.

Como a temporada nos Estados Unidos acabou mais cedo que as temporadas européias, Mansell assumiu o lugar de David Coulthard, mas os resultados foram muito fracos. Alguns meses depois, se cogitou seu retorno, mas não houve continuação nas negociações e Mansell apenas retornou as competições oficiais em alguns eventos do BTCC, campeonato britânico de carros de turismo e depois na GP Masters. Mas sempre da mesma forma que encantou a todos nos anos 1980 e 1990. Com muita garra e sempre com todo espírito de luta e gana para vencer, mesmo sem o melhor equipamento, era certeza de show. Por isso era adorado pelos italianos, por seu estilo feroz. Daí, a origem do apelido "il Leone".

Um grande abraço e até a próxima.

Nenhum comentário: