sábado, janeiro 13, 2007

ALL American Racers - AAR

Olá pessoal, a Champ Car continua trabalhando dentro de duas garagens e escritórios e mesmo as vagas consideradas "fechadas" ainda podem estar em aberto, pois só saberemos mesmo o posicionamento oficial de equipes e pilotos no Grid de abertura da temporada em Las Vegas. Acredito que até mesmo na apresentação oficial dos times com o novíssimo chassis Panoz não teremos esta definição por completo, pois muitos times estarão testando pilotos e “costurando” acordos financeiros. Estarei aproveitando este espaço para lembrar de uma equipe que não teve tanto sucesso na Cart, mas seu proprietário é uma lenda no automobilismo mundial, em todos os tempos. Esta coluna é dedicada ao lendário Dan Gurney e a simpática All American Racers.Como de costume não citarei aqui biografias e tudo mais, pois temos grandes atlas esportivos e ainda assim este espaço não seria suficiente para citar as maravilhas que este grande campeão deixou no automobilismo.
Estarei citando a sua experiência como proprietário de um time e fabricante de um chassi pouco competitivo, mas bem no estilo norte-americano. Apesar de o Team Penske ser uma equipe totalmente norte-americana, seus chassis eram produzidos na Europa e, com isso, restava apenas a AAR como única equipe que, junto com a Swift, que produzia seus chassis em solo norte-americano. Neste caso pelo próprio patriotismo e desejo do seu proprietário. E ele tinha uma marca bem característica: A águia no seu bico. Tanto que o nome dos chassis era Eagle. Este carro e esta equipe foram de fundamental importância para o desenvolvimento da Toyota e os japoneses não tiveram dúvida em escolher Dan Gurney como capitão deste projeto, pois além do grande histórico dele com a fábrica japonesa, tinha uma fábrica que trabalho quase que exclusivamente no desenvolvimento de peças e componentes para o que seria o motor vencedor do certame de 2002 com o brasileiro Cristiano da Matta.
O mais engraçado é que o carro não tinha bons resultados mesmo contando com o Juan Fangio II e com técnicos experientes provenientes de outros times da Cart e do mundial de esportes protótipos. Mas isso não estava sendo muito analisado, pois os japoneses faziam seqüências de testes em todos os autódromos para testar condições do motor, transmissão e caixa seqüencial e eletrônica que, no final, foi banida pelo regulamento da categoria para evitar aumentar muito os custos. O clima dentro da equipe era de pressão e correria como nos outros times, pois a disputa é grande em todos os “setores” do grid, mas o ambiente acabava sendo agradável. Lembro que certa vez, aqui no Rio de Janeiro, a Penske estava com as garagens próximas as da Arciero Wells e AAR. Por acaso as duas tinham o penoso e fraco motor Toyota, mas estavam sempre muito dispostas. Expliquei para uma amiga que aquilo deveria ser o efeito Californian Sunshine.
Realmente o ambiente era mais descontraído e, competições a parte, era bem divertido a integração e interação entre os membros de diversas equipes...Os chassis Eagle não duraram muito tempo no certame, pois a AAR acabou não renovando contratos para bancar o desenvolvimento dos seus carros e teve de optar pelos Lola antes de encerrar as suas atividades no fim de 1999. Mas uma marca que ficou nestes e em todos os carros Fórmula são as asas batizadas como Gurney Flap, tornaram-se referência em todo o mundo automobilístico. Não sei se tem algum esquema de homenagem da FIA ou o próprio Dan resolveu fazer esta lembrança ser presente em todos os componentes aerodinâmicos. Mas que acabou marcando, isso sim...Os carros Eagle acabaram não sendo comparados a maneira correta, pois todos os modelos que competiram no campeonato entre 1995 a 1999 utilizaram apenas o motor Toyota. Foi assim com a equipe de Dan Gurney como no caso do saudoso e simpático time de Robby Gordon e Mike Held – Team Gordon. Mas confesso que gostaria de ver este chassi sendo motorizado com um Ford Cosworth XD ou mesmo o XF ou então com um potente Honda. De repente o problema não seria no carro, mas sim no deficiente motor Toyota.
Mas isso é coisa que não sei se saberemos já que o Dan Gurney agora é um feliz aposentado em sua "humilde" casa em Rancho Santa Clara, na ensolarada e bela Califórnia. Há poucos anos, ele ensaiou, junto de Phil Hill, piloto norte-americano campeão do mundo de F-1, a compra de um time na maior categoria de monopostos do mundo em associação com a Red Bull. O negócio quase foi concluído. Só que o então proprietário era o escroque-mor do automobilismo Tom Walkinshaw. Depois de verem rombos e mais rombos na Arrows, eles decidiram abortar os planos. Os pilotos seriam os seus filhos Alex Gurney e Derek Hill.
Um grande abraço, fiquem com Deus e sejam felizes!

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