segunda-feira, janeiro 22, 2007

Motores GM na CART

Coluna publicada no ChampCar Brasil

Olá pessoal, Escrevo esta coluna restando apenas alguns dias para apresentação oficial das equipes e os testes com o novo Panoz DP01. Creio que ainda não será ali que teremos a resposta definitiva sobre o grid em Las Vegas. Creio que muitos acordos ainda estão sendo "costurados" e poderemos ter até novidades sobre equipes que podem surgir de forma imediata, como aconteceu com a Hollywood Team PRG no ano 2000, que levou apenas 43 dias para nascer, preparar a papelada para inscrição, comprar o carro e testar no Putnan Park antes da prova de estréia em Homestead.


Estive me lembrando da supremacia dos motores Chevrolet (GMC) no final dos anos 1980 e início dos anos 1990. A Cosworth teve esta supremacia, mas basicamente era fornecedora exclusiva nos primórdios da Cart. Os Chevys, como eram conhecidos, eram muito mais potentes e estáveis no que diz respeito a velocidades – altas e baixas – assim como em provas de longa duração como as três provas de 500 milhas (Indianápolis, Michigan e Pocono). Conquistou, com maestria, o campeonato de 1988 com Danny Sullivan a bordo do Miller Penske, repetindo a dose com o Marlboro Patrick (também um Penske) com Emerson Fittipaldi. Entre 1990 e 1991 consagrou as duas jovens estrelas da categoria com atuações brilhantes e seguras a bordo dos chassis Lola. Al Unser Jr. e Michael Andretti e em 1992 fez uma temporada de regularidade coroando Bobby Rahal com seu terceiro título na carreira. O primeiro com os GM, pois os dois anteriores foram conquistados com o motor Cosworth, baseados na Ford Motors.

Em 1992 ela esteve presente em três chassis diferentes. A Penske, Com Emmo, Rick Mears (retirando-se após o terrível acidente em Indy) e Paul Tracy. A Lola com diversos pilotos, entre eles Bobby Rahal, Arie Luyendyk e os Galmer com Al Unser Jr. e Danny Sullivan. Foi um tremendo campo de provas, pois o “berço” dos chassis, onde ficam os motores e caixa de câmbio, tinham características e tamanhos diferentes e acertar isso nos testes da pré-temporada, foi um árduo trabalho para os engenheiros e técnicos da Ilmor – empresa que preparava os motores da GM e posteriormente da Mercedes-Benz de propriedade de Mario Illien e do saudoso Paul Morgan. Hoje em dia a empresa não mais pertence à Illien, por mais que ele continue no grupo como consultor.

Em 1993 assombrou a categoria – Indy Car na época – ao anunciar sua partida para focar seus negócios apenas na Nascar. A recessão norte-americana naquela época, causada em parte, pela crise provocada em conseqüência da Guerra do Golfo e pela nova modalidade democrática de governar o país fez com que muitas empresas pensassem desta forma. A Ford, como seguiu o caminho inverso, trouxe o atual campeão de F-1 daquela temporada – Nigel Mansell.

As vitórias, as marcas registradas foram superadas apenas pela Honda, que conquistou os "canecos" entre 1996 a 2001. A GMC ensaiou uma volta com a IRL utilizando uma de suas marcas, a Aurora tendo algum sucesso, mas anos depois reassumiu sua marca principal sendo fornecedora exclusiva na temporada de 2002, ano da chegada de equipes provenientes da Champ Car, como Penske e Blair. As duas conquistas brasileiras de Helio Castro Neves foram obtidas com propulsores norte-americanos, que acabaram não resistindo à concorrência nipônica da Honda e Toyota. Em suas últimas participações, esteve contando a parceria da Cosworth, eterna rival de outros tempos e fiel companheira nas derradeiras participações. Uma pena que esta associação ocorreu tarde demais. Hoje em dia ela concentra seus investimentos na Nascar e em outras categorias turismo, utilizando outras marcas e vivendo uma crise de efeito mundial, com fechamento de fábricas no mundo inteiro e um pedido de falência na corte de Nova York.

Um grande abraço, fiquem com Deus e até a próxima!

Fabio "Hyder" Azevedo

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